quarta-feira, 14 de março de 2012

MINHA PRIMEIRA FÃ

Como foi de uma forma inesperada a introdução da poesia em minha vida, também posso dizer que também foi deste modo que me surpreendi ao saber que outra pessoa se identificava com, basicamente, tudo aquilo que eu escrevia. Ela não foi a primeira a ler, mas foi, eu diria a 1ª que passou a ler com admiração e respeito. Foi uma grata surpresa porque eu tinha isso como hobby no começo, apesar de já naquela época (2003/2004) eu já ter criado uma forma de escrever que não agradasse somente a mim, mas também aos outros (característica que mantenho até hoje). Mas, apesar de falar sobre vários temas universais, aqueles que permeiam na vida de qualquer jovem ser humano, era muito pessoal, muito 1ª pessoa do singular, era a minha opinião. Então, eu tinha um pouco de receio de mostrar para as outras pessoas. Também por não ter nenhuma aspiração literária até então.
Eu reuni em 3 cadernos espirais pequenos de 48 folhas minhas poesias/textos/letras de músicas, cada um com o seu título, como se fosse um livro mesmo, com direito a dedicatória (aliás, eu os tenho até hoje). Eu já tinha terminado os estudos, então já tinha perdido contato com a maioria. Mantinha amizade com poucos, como o Filho, que eu conhecia desde a 6ª série. Ele estava pela cidade e então eu fui lá visitá-lo. Foi quando eu pensei em levar os tais cadernos, que só minha família conhecia. Ele se surpreendeu com a quantidade de manuscritos e brincou dizendo que eles (também haviam outras pessoas lá) "estavam diante de um poeta". Antes disso, Laiany, sua prima havia abandonado o estudo em grupo e já estava com um dos cadernos na mão. E eu pude perceber, pelo seu olhar, que ela tava embasbacada, só não sabia com o quê! Foi quando ela perguntou se aquilo era letras de músicas copiadas. Quando eu disse que era o autor de tudo aquilo, ela ficou impressionada.  Eu já conhecia Laiany desde quando conheci Filho, ela estudava com meu irmão mais novo. Lembro até que fiz um trabalho de Artes para ela, uma paródia da música Anna Júlia dos Los Hermanos, por indicação do próprio primo. Mas, naquele fevereiro de 2004, ela foi a primeira leitora que leu minhas rimas com um olhar de identificação, entendimento. Parecia que ela também sentia tudo o que eu escrevia.
Depois desse episódio, nossa amizade aumentou. Ela queria saber tudo sobre o que eu escrevia, me fazia várias perguntas, de como surgia a inspiração, como eu organizava as estrofes, etc. Pô, com alguém assim, demonstrando tanto interesse no que você faz, não deu outra: Passei a alugar ela direto. Cada texto novo que criava ia "correndo" mostrar pra ela. Foram tantos, que ela passou a ler em primeiríssima mão vários deles. Com o passar dos anos, perdi a timidez de sair por aí mostrando minha arte. Ganhei outras leitoras e admiradoras, até de outras cidades e estados, mas nunca esquecerei Laiany, minha fã número 1. Até presenteei ela com um texto dizendo isso. Hoje não temos mais contato. Raramente a gente se fala. Cada um mudou de cidade, mas a vida segue e a poesia vai atrás... 

COMENTÁRIO POÉTICO SOBRE POEMATERNAL

O poema que escrevi para a minha mãe é um dos meus mais criativos e lindos. É um dos meus favoritos. Por quê? Por tudo! Por ter sido feito para a pessoa que me pôs no mundo, me educou, me deu amor. Me ama incondicionalmente. Do jeito que Deus me fez, do jeito que sou: Não importa como esteja o tamanho e o corte de meu cabelo, o meu humor ao amanhecer, a roupa que eu estiver vestindo... "O amor de mãe é o que mais se assemelha ao amor de Deus, que é gratuito, desinteressado e se dá sem medida." Tirei esta pérola de um livro que dei de presente à ela no último Dia das Mães (Feliz Dia das Mães de Coração!).
Voltando ao poema, escrevi-o em 2008. Mas só Deus sabe o quanto penei para dar este presente a ela. Desde 2005 vinha tentando sem sucesso escrever qualquer coisa que retribuísse tudo o que ela fez por mim e por meus irmãos (ãs), enfim, pela nossa família. Mas como só Ele sabe o momento certo de as coisas darem certo, deu-me esta jóia poucas horas antes do aniversário dela, dia 25 de maio às 20h05min. Eu queria tanto dar um presente para ela no 2º Domingo de Maio, mas, desempregado, estava sem dinheiro!
Nem estava pensando em dar um poema naquele ano. Como ela faz também aniversário no mesmo mês (dia 26), foi aí que eu pensei em dá-la tudo o que eu tinha para oferecer em forma de um presente: o tão sonhado poema. Mas e a inspiração? "Quanto mais dura é a vida, mas doce é a poesia!" Prometi a mim mesmo que dali não passaria: Peguei um caderno, uma caneta e sem interrupção nem pausa terminei a poesia inteirinha de 4 estrofes e 40 versos.Nunca disse à minha mãe das minhas tentativas anteriores, senão o peso nos ombros que tirei naquele dia seria bem mais pesado.


                   "O verdadeiro poeta é aquele que  segura a caneta e deixa Deus escrever." ( Mano Brown)  

EU TENHO UMA POESIA

O quê é que um cara é capaz de fazer para conquistar a atenção de uma menina? Comprar flores, fazer uma seranata de madrugada embaixo da sua janela? Sim. Mas, no meu caso eu apelei para uma poesia! Bem, pra quem já está habituado a ler meus poemas, deve está pensando:-"Bem, não há nada de extraordinário nisso, afinal ele escreve poemas. Ele vai tirar de letra!" Que nada, eu não tinha nem dez poemas ao todo, pra falar a verdade, acho que nem cinco. Era tudo muito recente este ambiente literário pra mim em apenas dois meses de experiência e eu já me achava o Vinícius de Moraes!
Não é que a garota embarcou na minha e acreditou? E agora, como vou tirar uma poesia da cartola? O jeito foi me esconder por um tempo, evitá-la e ferver os meus miolos pra ver se saia uma poesia à altura da minha promessa furada... E não é que eu consegui! Me tranquei no quarto escuro e mandei ver. Anos depois, um amigo meu elogiu este poema chamado T* T**. Falou que eu levava jeito pra coisa.
Depois dessa minha invenção maluca, nunca mais repeti a dose. Embora eu tenha gostado do resultado final, deu muito trabalho. Se hoje, quase 9 anos depois, tenho dificuldade de escrever sob encomenda, imagina naquela época (setembro de 2003)! Mas, que foi legal e engraçado, ah, isso foi!