terça-feira, 11 de setembro de 2012

MEMÓRIAS DE UM POEMA


Minha Terra é, como o próprio título sugere, uma poesia que fala da minha terra, o Maranhão. Escrevi esta obra, da qual tenho um enorme carinho, em abril de 2009, no dia 7. Modéstia à parte, ela compõe, com algumas outras, uma fase boa de belíssimos versos que consegui criar naquele ano. Talvez, um retrato da vida que eu vivia na época.

Ela foi primeiramente escrita no celular, como muitas outras criações. A diferença é que após finalizá-la, a bateria descarregou e ela não foi salva a tempo. Fiquei desesperado. Quase chorei de raiva de mim mesmo por não passar logo para o papel, pois sabia que a carga do aparelho já estava comprometida.

Sempre surpreendi os outros com minha memória, por recordar fatos da infância, letras, nomes, datas, etc. Mas, neste dia, até eu fiquei surpreso! Após “perder” a poesia, não me entreguei e peguei um caderno e uma caneta e escrevi Minha Terra novamente. Exatamente como ele fora criado. Sem uma letra a mais, sem uma letra a menos. Com uma memória deste porte, não é de se admirar que eu tenha aprendido muitos versos por mim criados, mas neste caso me espantei porque ele tinha acabado de ser escrito!

Minha Terra tem seis estrofes de quartetos e está sempre escalado no time principal quando mostro para alguém informalmente os meus manuscritos ou em minhas particulares declamações. Foi nestas que percebi sua semelhança com o Repente e o RAP feito nas batalhas de freestyle, devido ao fôlego que ele exige da voz de quem o está lendo. Já foi recitado para algumas pessoas de fora do Maranhão e da região Nordeste. Uma forma também de divulgar o chão onde nasci.

Em suma, ele fala das dificuldades (miséria, politicagem), belezas naturais (Lençóis Maranhenses), belezas criadas pelo homem (artesanato, pontes, praças) e suas singularidades (comida típica, cultura popular) que só se conhece quem é daqui. Há também nele uma citação de Canção do Exílio (do também maranhense Gonçalves Dias) em um de seus versos.

Em dezembro de 2011, eu o recitei na festa de encerramento de um curso, atendendo a um pedido. Tinha a pretensão que ele fosse “mostrado” para outras pessoas agora no dia 08/09/12, na festa de 400 anos de São Luís, mas como sou um pouco distante por opção destes tipos de eventos, acabei não criando esta oportunidade. Independente disso e de qualquer outra coisa, esta poesia jamais irá perder sua beleza. Depois de complicações no seu “parto”, percebo que não foi à toa que ela veio ao mundo.

 

11 de setembro de 2012, 02:24 pm)