terça-feira, 20 de outubro de 2015

ENTREVISTA COLETIVA VIRTUAL EM HOMENAGEM AO DIA DO POETA



ENTREVISTADORAS:

ERIKA LINA (Paraíba do Sul-RJ)
JÉSSICA SILVA (Cajamar-SP)
LYANDRA RAQUEL (Campina Grande-PB)
MILENA ALVES (São Paulo-SP)
SAMIA RIBEIRO (Manaus-AM)
TAINNÁDILLA BORGES (Teresina-PI)


ENTREVISTADO:
BRASILINO JÚNNIOR


Milena- Com quantos anos você começou a escrever seus poemas?
Escrevi meu primeiro aos 14. Só voltei a escrever outro depois que terminei o ensino médio e de lá pra cá não parei mais. Enquanto a fonte não secar, pretendo continuar.


Lyandra- Quando começou a ter interesse pela poesia?
Acho que sempre gostei de poesia, desde criança. Sou fascinado por palavras rimadas e foi isso que primeiramente me chamou a atenção. Achava mágico esse tipo de criatividade com as palavras. Tanto é que demorei um tempo para gostar de versos sem rimas.


Jéssica- Qual foi tua maior dificuldade no mundo dos poetas?
Até não agora não tive muita dificuldade no “mundo dos poetas”. Muito pelo contrário, só me abriu portas. Cada dia eu me surpreendo com a quantidade de oportunidades que tive só pelo fato de eu escrever poesias. Não imaginava que nos dias de hoje fosse conhecer tantas pessoas que gostassem de poesia de alguma forma. Mas quando falei "abrir portas", não me referi exatamente a lugares. Portas a gente abre com as mãos, e dependendo de onde seja, até com dinheiro, mas as portas que me abriram foi pra entrar no universo de outro ser humano, o que é muito difícil pra quem é quase invisível numa sociedade onde o "ter" ainda é mais importante do que o "ser". 


Erika- Você sonha em ver suas poesias em algum lugar específico (página, blog, canal...)?
Sonho sim. Nas páginas de um livro. Tinha um outro lugar que eu sonhava chegar com minhas poesias, que era no coração ou na mente das pessoas, que achei que isso só iria acontecer depois do livro.  Mas graças à minha insistência e perseverança de divulgar para os outros, até mesmo de forma despretensiosa, hoje eu posso dizer que esse sonho já realizei. E tudo isso antes das publicações na internet. Inclusive, a primeira postada foi há exatos dois anos, no Dia do Poeta com o poema A Voz de Deus, quando eu ainda tinha o projeto Versos Nos Ouvidos. E isso, de ser reconhecido dessa forma, não sei se todo e qualquer escritor, independente do gênero que ele escreva, tem esse privilégio. É uma sensação que não dá pra explicar em palavras, o que algumas poesias minhas, que eu escrevi em algum canto solitário em um determinado dia, tem causado nas pessoas e que acabam voltando pra mim através de uma energia positiva.
Eu poderia citar o Além dos Versos, que já foi recitado na escola por uma menina que mora no interior de São Paulo. Disso eu soube semana passada pela própria, que ainda disse que sabe parte deste poema decorado. Ontem uma menina de Salvador conheceu este mesmo poema e me mandou mensagem perguntando se podia recitá-lo num vídeo. Tem também o Em Prosa, Em Verso, que ficou na cabeça de algumas pessoas. Já recebi duas mensagens de um cara de Pernambuco, que também escreve, com essa frase e um poema de uma menina, também de lá, que cita esse trecho. Tem também o Negritudo, do qual tem os versos “Somos tranças, Somos cachos”, que acabou virando quase um lema de vida. Há inclusive um vídeo da minha sobrinha recitando esse trecho. E tem o Estado Civil, que me surpreendeu no Dia dos Namorados deste ano numa página chamada Poetas de Sofá no Facebook com mais de mil likes, quase 100 compartilhamentos e uma dezena de comentários, um mais maravilhoso que o outro. E o Poeminha da Saudade, que já recebi algumas mensagens e recados com os versos dele quando acham que eu tô sumido e devo aparecer.


Tainnádilla- O que te inspira a fazer poesia?
Bastante coisa me inspira. Eu escrevo sobre tudo que me inquieta de alguma forma, pro bem ou pro mal: imagens, pessoas, acontecimentos, sentimentos, fotografias, desenhos, frases que escuto, frases que falo, gestos, natureza, Deus. Se há um tema que nunca escrevi é porque ele não faz parte da minha vida.


 Samia- Quais são os seus autores preferidos?
Mario Quintana, Carlos Drummond de Andrade, Paulo Leminski, Rubem Alves, Cecília Meireles, Múcio Góes...


Samia- Quem você gostaria de ser se não fosse você mesmo?
Nunca pensei em ser outra pessoa. Nem na personalidade e muito menos na aparência física. Admiro e me espelho em muita gente, famosa ou não, mas nunca quis ser nenhuma delas.


Milena- Quais foram as suas inspirações no início?
O primeiro escrito acho que falava sobre saudade, inclusive eu perdi ele há muito tempo e se não me engano só tinha uma cópia. O segundo falava sobre o ambiente escolar ("Quem Não Cola, Não Sai da Escola"). O terceiro (Raro Momento) é o que eu realmente considero o meu primeiro, pois ele tem uma narrativa mais madura e foi a partir dele que eu criei coragem para mostrar para as outras pessoas lerem. Ele não tem um tema específico, é bem confuso. Fala de várias coisas ao mesmo tempo: sobre a arte de escrever, da primeira ida à praia, das barbaridades do mundo, de música, da sinceridade, do mar, dos encontros e desencontros... Mas ele pode ser bem compreendido quando lido, apesar dessa confusão.


Lyandra- O que te traz inspiração pra fazer poesias?
Muito do que eu escrevo tem uma ligação muito forte com o que eu vivo ou penso, mas os primeiros que criei eram mais biográficos, embora eu sempre escrevi de um jeito que qualquer pessoa fosse se identificar, porque são sentimentos comuns a todo ser humano.


Jéssica- A partir de qual momento você largou tudo e decidiu que iria cuidar no seu futuro como escritor? Ou sempre se manteve focado?
Sempre fui focado, cada passo foi bem pensado. Até mesmo os "nãos" que tive que dizer. Planejei o tempo certo pra cada coisa: o de mostrar pros outros lerem, o de recitar em família no Natal, na igreja, em rádio, em saraus, em registrar pra não perder os meus direitos autorais, em publicar na internet... A diferença é que no início só algumas pessoas conheciam as minhas poesias e hoje este número aumentou um pouco. Mas eu tenho a mesma postura de antes. Já me disseram que fiquei diferente, mas eu não mudei o meu jeito de ser. O que mudou foi a forma que as pessoas passaram a me ver. Essa é a diferença.


Erika- Quando você escreve, muda depois, ou deixa como está?
Eu deixo como está em quase cem por cento de tudo que escrevo. As pequenas mudanças que faço são mais de um "pra" para um "para" ou vice-versa, coisas assim.... O título também mudo às vezes e não gosto de poemas sem títulos.



  Tainnádilla- Como você começou fazer poesias?
Como um meio para desabafar porque o papel e a caneta estavam mais ao meu alcance pra dizer o que eu queria. E como sempre gostei de escrever, das palavras escritas, fui adiante!


Samia- Qual sua palavra favorita e os personagens históricos que você mais despreza?
Tem umas palavras como “não sei”, “talvez”, “acho” que aparecem muito nos poemas, mas não é que eu goste delas, mas porque eu nunca tenho certeza de nada e não quero ser o dono da verdade. Tem muitas palavras que eu gosto. Das que me lembro agora são “madrugada”, “cacheada”, “poesia”, “flores”, “jardim”, “chuva”...
Quanto aos personagens, eu gosto de Jesus Cristo, Martin Luther King, Nelson Mandela, Charles Chaplin... Dos que merecem meu desprezo eu cito esses políticos brasileiros que deviam ter impunidade como sobrenome e enriquecem à custa do dinheiro que devia ser investido em algum lugar.




O blog Histórias de Poesias agradece às entrevistadoras que enviaram suas perguntas por e-mail, Facebook e WhatsApp.

A SOLIDÃO E O POETA (POR: ANA KARLA)



Solidão é porta de passagem
Caminho com paz, buscando a felicidade
Procure dentro de sua alma
O que não se acha nos bares da cidade.

Em prosa e em verso
Continue escrevendo
Seus versos, assim, delicados
Eles estão vivendo.

Ainda que a solidão doa
Não deixa de ser coisa boa
Que a calma que ela dá
Serve pra não passar
Despercebido.



Escrito dia 17 de setembro de 2015 em Bezerros (PE)