Março é o mês em que
nasci, o mês em que faço aniversário. E também um poema autobiográfico que fiz
questão que se chamasse Março, pois ele resume bem em nove estrofes e trinta e seis versos a minha vida.
Ele se inicia citando o
mês em que nasci (1ª estrofe) e o dia em que vim ao mundo (2ª estrofe). E segue
falando em 1ª pessoa sobre os meus irmãos (ãs) e da família da qual eu vim (3ª
estrofe).
Já na 4ª estrofe eu falo
da minha fase infantil. Época dos poucos brinquedos e de como eu era uma criança
sem vaidades, que não competia com as outras por nada. Eu, realmente, não me
achava o melhor por ter um brinquedo que meus amigos não tinham, e nem me
sentia inferiorizado por não ter algum objeto que só eles possuíam. Muito menos
me entristecia por não poder estar em todas as brincadeiras na rua. O quintal
grande da minha casa era o “melhor lugar do mundo” para se brincar. Eu tinha
esse conceito na época e acho que não exagerava quando pensava isso, pois ele
era tomado de árvores, plantas, flores, borboletas e pássaros. Acho que vem daí
minha admiração por tudo que vem da natureza.
Na 5ª estrofe eu cito
uma característica da minha personalidade (isso já na fase juvenil), de
conseguir chegar em um objetivo pisando em todos os passos de cada vez, sem
atropelar etapas passando por atalhos. Ainda sou assim: Quero muito como quem
não quer nada!
Ainda nesta estrofe,
falo da minha auto-afirmação como pessoa. De provar o tempo todo o meu valor
por não querer sempre o que todos da minha idade buscavam e sim o que realmente
me agradava. Defendia a minha opinião própria com relação a pessoas, lugares e
gostos culturais. Tentava de todas as formas dizer que nem todos poderiam ser
iguais em tudo. Confesso, que muitas das vezes foi difícil. Mas, acho que, se
sou respeitado hoje por alguns, vem desse meu jeito que consegui firmar em mim
ao longo dos tempos.
Na 6ª estrofe surge um
saudosismo de tudo que eu tinha vivido até aquele dia em que eu rabiscava
aqueles versos no papel. Eu me perguntava onde estaria todos aqueles anos que
se passaram. Na 7ª estrofe vinha a resposta em forma de dúvida. Mas que deixava
no ar a possibilidade de todos estes estarem em algum lugar bonito inventado
por mim!
Na 8ª e penúltima
estrofe, a poesia fala da minha aparência física (cor da pele) e de como eu
estou feliz com ela, independente de como isso incomoda algumas pessoas.Falo do
racismo que sofro, mas de uma forma bem implícita, diferente de como abordei
esta questão em outros poemas.
A 9ª estrofe enfim chega
e encerra esta poesia, falando do nome que herdei do meu pai e de como ele
disse isso à minha mãe. Os dois últimos versos estão entre aspas porque é a
fala que eu imaginei que ele disse a ela quando desejou que eu fosse o Júnior
da família.
Um fato curioso é que
iniciei os primeiros versos desta poesia no mês de fevereiro (dia 17),
continuei em março (dia 06) e finalizei em abril (dia 18). Isso tudo no ano de
2009…
História escrita por
Brasilino Júnior, dia 29/01/2013 em São Luís-MA.