Foram
exatamente 20 dias, desde o momento de criação até o poema chegar em suas
mãos. Demorei isso tudo, quase um mês, para mostrar o que ela já sabia que iria
receber de mim. Já havia até me dado um “puxão de orelha” pela minha lentidão
(Nem mandou a poesia ainda né? Olho meu e-mail todo dia!).
Mas
não foi charme da minha parte, auto-valorização ou algo do tipo. É o meu jeito
mesmo. Sou muito detalhista. Pareço um perito com uma lupa na mão procurando um
erro, um passo em falso. Releio inúmeras vezes, tanto que abuso. Preciso não
olhar para ele pelos próximos meses para poder amá-lo novamente. É necessário
fazer isso, pois do outro lado há alguém. E não é qualquer pessoa, é alguém que
gosto muito.
É
por isso que leio diversas vezes, analisando-os de formas separada, pra saber
se estou me fazendo entender de primeira, sem recorrer a dicionários ou coisas
do tipo. Quero ter a certeza de que estou sendo claro e “objetivo na minha
subjetividade” como escritor de versos.
Mas
não é assim sempre. Só tenho essa preocupação maior quando se trata de uma obra
inspirada em alguém. Tento me colocar no lugar de quem está lendo pra entender
o que estou dizendo, por isso demoro para me certificar de que a poesia está
pronta para ser apresentada. É mais ou menos isso, 20 a 30 dias, que fico nesse
processo pós-criativo.
Bom,
chega então o tão sonhado dia. Não tem mais volta. Lavo minhas mãos. O prazo
acaba e depois de entregue só torço para a leitora amar. Gostar não basta!
(AMEI. Pensei que nem ia mandar mais. Amei. Obrigado mesmo. Amei de verdade.
Valeu mesmo pela poesia, viu? E vou ficar esperando a outra…)
E
tem que amar para sempre. Ou, pelo menos quando ela ler. Não costumo fazer
isso, mas abri uma exceção com esta poesia. Tamanha era a minha ansiedade, pedi
a opinião de alguém próximo. Ela aprovou e ainda disse que para ela eu não faço
poesia. Era a minha irmã, testemunha-chave de alguns manuscritos meus.
Escrito na noite do dia 31 de maio de 2010
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